quarta-feira, março 24, 2010

Ilusões perdidas

Com tantas Ilusões perdidas de Honoré Balzac, artigos e afins na cabeça, a distãncia com o blog é notável. Que pecado!
Já que o escrevi, nada mais justo coloca-lo aqui. Quem sabe, até ajuda um burguês vagando por aqui.


Ilusões Perdidas - Honoré de Balzac

Autor e obra.

Honoré de Balzac é considerado o escritor mais importante da transição entre o romantismo e o realismo. Escritor francês, nasceu em 20 de maio de 1799 em Tours. Balzac e sua família transferiram-se para Paris em 1814, onde aos vinte anos se formou em direito, porém o seu desejo não era exercer a função de advogado, ele queria registrar os acontecimentos que presenciava. Precursor da narrativa realista, foi o autor de clássicos como A mulher de 30 anos e Comédia Humana. Contudo, sua crítica à sociedade não se limita a histórias romanceadas da burguesia de sua época; o autor usa sua experiência para mostrar o abuso de poder cometido pela imprensa e jornalistas.

Tais características são claramente observadas na obra Ilusões Perdidas publicada em 1843. Esta obra abrange o período que vai de 1819 a 1829, onde a política e a economia da Europa entram em crise, seguidas de diversas revoltas e guerras de independência, tal como a Revolução Francesa no final do século XVIII.

Ilusões Perdidas trata do início do jornalismo na França narrando o trajeto de Lucien Chardon, um jovem escritor dotado de algum talento que em 1821 deixa o interior da França rumo a Paris. Ao chegar, enfrenta diversas dificuldades devido a sua origem e não consegue que suas obras sejam publicadas. Decide então, seguir o ramo jornalístico para poder lançar os seus livros, conhecendo verdadeiramente o funcionamento desta área na época.

"- Você liga então importância às coisas que escreve? - perguntou-lhe Vernou com ar de zombaria. - Mas nós somos negociantes de frases e vivemos de nosso comércio... mas artigos, lidos hoje e amanhã esquecidos, esses não valem a meus olhos senão aquilo que por eles nos pagam". Os jornalistas são retratados como vendedores de opiniões e o jornal não passa de uma ferramenta para trocas de influências e interesses. Estas visões são claramente observadas através das falas do personagem Vernou.

Naturalmente, Balzac estava além de seu tempo para perceber - já naquela época - o grande comércio de influências existentes no mundo da política e das comunicações, onde ética e responsabilidade social são pontos raros de serem observados nos dias de hoje.


Por Anne Barbosa


Ps: Volto logo.

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