quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Escola Municipal de Bailado



Enfim, um espaço para os textos meus.

Sei que para um segundo "post" muitos não irão entender, mas à pedidos bem antigos deixo aqui o meu discurso feito para minha formatura pela Escola Municipal de Bailado, realizada ano passado.
Aos desconhecidos peço atenção, às mais novas formadas bailarinas deixo a dorzinha da saudade.

DISCURSODISCURSODISCURSODISCURSODISCURSODISCURSO

"Que esta formatura seja uma das muitas vitórias a fazer parte de nossas vidas.

Não poderia começar diferente, agradecendo primeiramente a Deus, depois aos nossos pais/responsáveis que sempre nos apoiaram, a direção por toda a atenção, aos nossos últimos professores Ali José e Kika, a Siran, o Celso, a Mariângela, Luis Ribeiro representando todos os nossos professores, Roberto Quaresma, Neto e a Tia Lourdes.Vocês foram muito importantes para cada um de nós, e a vocês eu peço uma salve de palmas.

Agradeço também a nós, formandos, que acabamos de finalizar mais uma etapa, sempre com muitas diferenças, mas estávamos tão engajados por um mesmo propósito que essas diferenças acabaram sendo insignificantes, nos tornando mais que amigos, uma família.

Família esta que enfrentou muitas dificuldades desde o inicio, começando com o ingresso na Escola Municipal de Bailado, pois de 1000 inscritos, ultrapassamos a barreira e garantimos a nossa vaga.

No trajeto, em muitos momentos, sentíamos que iríamos desfalecer, mas dentro de nós, hoje aqui presentes, a emoção ao assistir um espetáculo, ao dançar, permaneceu mais forte, não nos deixou desistir, nos estimulava e impulsionava cada vez mais. Pois como dizem por ai, o difícil não é começar, e sim terminar.

A maioria de nós entrou aqui sem muita noção das coisas, nem da vida. Não sabíamos equações, nem ter total responsabilidade, não sabíamos cuidar de nós mesmos e nem o que viria.

Éramos crianças correndo atrás de um sonho ou simplesmente de um diploma, que com o tempo fomos nos descobrindo. Encontramos muitas pessoas que ficaram pelo caminho, convivemos com as diferenças e entendemos coisas que não conhecíamos como olhar para o próprio trabalho e se encontrar.

Aproximamos-nos por afinidade, ou por não opção mesmo, afinal, passar todas as tardes juntos não é fácil. Deixamos nossas vidas sociais de lado por um propósito, incluindo sábados, domingos, feriados, não em vão, pois quando não mais acreditavam no nosso trabalho, conseguimos realizar um projeto, que acabou surpreendendo a nós mesmos.

Éramos duas salas, que no penúltimo ano de formação se uniu. Todos nós julgávamos que seria muito difícil que houvesse uma harmonia, pois sempre existiram conflitos. Mas percebemos que não daria pra continuar daquele jeito e hoje, contrariando as expectativas, conseguimos, e chegamos a uma só sala, ou quase uma!

Teve quem encontrou outros amores, teve quem descobriu que estava no lugar errado e caiu fora, teve quem veio de Pirituba, Santo André, Osasco. Teve quem foi pra Boston e Miami, no meio do ano, rs. Vimos o Roberto Carlos de penetra, mas não levamos advertência sumaria. Ufa. Era o que tínhamos para a janta (Kika), se não gostássemos, a gente iria comer menos.(Ali)

Cada um viveu uma história, nos tornando impares, mas formamos duos, trios, quatres e um conjunto. Nos tornando amigos, em certos casos irmãs.

Compartilhamos grampos, meias, collants, absorventes, sapatilhas, desodorantes, comida, domingos/feriados e agora temos um diploma em nossas mãos...E o que fazer?Pendurá-lo na parede? Botar na gaveta? Procurar um emprego? Desistir de tudo e vender coco na praia? O diploma é só o primeiro passo de uma vida longa que temos pela frente.

Precisamos acreditar no poder desta arte que hoje podemos dizer que temos certo conhecimento. E não deixar que ela suma, jamais. Pois aquele formado em arte/dança poderá sim ser uma brilhante médica, mas terá um diferencial, um olhar mais humano, mais artístico. E é isso que nos torna fortes, diferentes!

Sabemos que o adeus é inevitável, mas que esse adeus não soe como uma eterna despedida, mas como a ressonância de uma saudade... O vinculo que adquirimos com a arte da dança nunca será quebrado, a paixão que floresceu em nosso aprendizado levaremos sempre conosco, pelo resto de nossas vidas. Pois não vivemos para dançar, mas dançamos para viver.


Anne Barbosa.

FIMDODISCRUSOFIMDODISCURSOFIMDODISCURSOFIMDODISCURSOFIM

|Agora o que fica é o vazio preenchido de lembraças|

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